sábado, 15 de março de 2008

A Besta...




Estou a crescer

Devagar,

Calma já lá vou ter

Que pressa de ver o tempo andar!

Que vontade de ver os teus a morrer


Já pensas-te que, o tempo não cessa

E que se alimenta de quem vive depressa

De quem vive a vida sem pensar, a correr

Com tanta pressa que parece querer morrer


O tempo, é aquela besta faminta

Que te rouba aqueles que tu gostas,

Que tu sebes que nunca te vira as costas

E... quando deres por ti já tens trinta


Cais em ti, pensas que mal gozas-te a vida

E que já viste tantos que amas a partir

E reparas que em breve será a tua partida

Olhas para trás, e, lá está ele a querer sorrir


Pois entretanto roubou-te mais uns tantos

Com meio século vês que já não resta nada

Levou-te tudo que amavas, na cama, na estrada

Não tarda e és tu, e de nada servem os prantos


Mas... como é isso possível se mortos não choram

Já tens setenta as doenças estão-te a devorar

Com oitenta, as forças estão quase a acabar

Noventa, perdeste a batalha, e as forças acabaram
(M. Couto)

1 comentário:

Profundo Olhar disse...

O tempo,esse escravo das nossas vidas....mas depende de nós deixa-lo controlar a nossa vida..